Você foi meu caloroso inferno
Perdemos minha cara, nós perdemos!
Os sentimentos se desgastam, eles morrem,
Também perdem a importância,
Mas não sabíamos disso, não é verdade?
O silêncio respondeu por nós dois.
Ele tomou uma decisão que não conseguíamos tomar.
Ele prevaleceu insistente.
Ele nos venceu sem nenhum trabalho.
Chorar já não me adianta!
Foi-se o tempo em que chorar era sensibilidade.
Hoje, as pessoas choram com tamanha facilidade
Que acabam nos iludindo com seu falso pranto.
As minhas lágrimas passam por despercebidas,
Nem sequer causam pena.
Sei que máximo de compaixão é a morte,
Mas dessa ainda passo longe
E aos que me querem morto, só lhes digo que vão ter que esperar.
Talvez amanhã eu amanheça morto,
Mas essa sorte não me participa.
Queria poder reviver cada segundo dessa vida;
Queria corrigir cada um dos meus erros;
Queria ter me embriagado quando tive a oportunidade;
Queria ter dançado até que as pernas me faltassem;
Queria que você estivesse agora ao meu lado.
Quem sabe assim, meu velho coração,
Tornasse a ser mais uma vez jovem.
Quem me dera poder reviver os bons tempos,
Mas o céu já não é tão azul como o de costume,
Também já não ouço o som do mar.
Ah meu Deus, as estrelas começaram a despencar do céu descolorido!
Ah meu Deus, o sol já não é mais como antes.
Agora ele é intenso, me queima a pele.
Nosso amor não se concretizou
E eu só quebrei a cara tentando revivê-lo.
Fui um imprudente e impulsivo.
Sim! Digo em claras e nuas palavras:
“Deitei o nosso amor de vez ao chão e o lancei de encontro à sorte”.
Fui presa fácil a essa ilusão e, por mais que não queira,
Continuo sendo!
Você queria apenas o meu amor,
Mas nem isso pude lhe dar.
Você foi o meu caloroso inferno e nem sequer me queimei.
Não carrego nenhuma cicatriz de felicidade,
Senão o corte feito em tristeza em meu coração.
Agora eu me excomungo.
Já não tenho mais o valor que um dia tive,
Mas isso só comprova a minha existência.
Meu coração está sangrando...
Ainda estou vivo,
Mais vivo do que nunca estive.
Dsoli