LIBÉLULA...
Banhado em delírios e suaves melodias permeiam o coração,
Nas distâncias do infinito sobre o cinza da cidade,
Mais delicado que a pétala, mais obstinado que a paixão,
Arrancam-me a alma as garras afiadas da saudade!
Já sei do mar quebrando as ondas uma-a-uma no rochedo,
Do mar alto, da vazão, da vertigem na madrugada,
Dos olhos perdidos, tal qual o amor não correspondido.
Dos males que a ciência não viu, sentiu minha alma sangrada!
Deus, que o meu imo desprenda-se! E que suba aos céus!
E se o mar nem a noite de vinho daqui me deportam,
O ritmo lento do vento no rosto reage,
Com memórias do passado longínquo que recordam,
Ao garoto sozinho, caçando libélulas em seu pousar suave.