Voz do inferno
Uma página em branco me descreve,
pálida,pobre,fria e vazia.
Uma carne que não chama
que não atrai
que não seduz.
Podre,fétida,amarga
cheia de vermes.
Esquecida num abismo de densas tevas.
Trevas que dilaceram meu coração
e carbonizam minha alma.
Estou sepultada num vale de amargura,
pranto e melâncolia.
Sou resquício do pecado.
Sou lembranças de ódio.
Sou saudade da dor.
Entorpecida pelo desejo de ser.
Trancada nas correntes da ilusão.
Ignorada,ao relento.
E agora nem a morte me deseja,
só a solidão persiste.