O LUGAR DE ONDE EU VENHO
O lugar de onde eu venho
Tem pessoas que eu admiro
Gente simples, trabalhadora
Que constrói a própria história
Infelizmente, tem também
Um bando de parasitas
Que aos outros sempre explora
Não ajuda à ninguém.
O lugar de onde eu venho
Tem pessoas tão deprimentes
Que deturpam a imagem
Da sua própria gente
Atribuem capacidade
Aos recursos que se tem
Interpretam a riqueza
Como sinônimo de competência
Não reconhecem que o dinheiro
Não compra a inteligência
Por isso, os menos favorecidos
São tratados com negligência!
O lugar de onde eu venho
Há muito espaço para a cobiça
Semeia-se amor e esperança
Colhe-se violência e injustiça
Amizades são movidas
Pela inveja e a falsidade
As pessoas se magoam
Por pura crueldade
Insegurança pelas ruas
Onde impera a maldade.
O lugar de onde eu venho
Tem pessoas tão ruins
Destroem a natureza
Ignorando sua beleza
Tiram a vida do seu próximo
Por qualquer ressentimento
Compram sua liberdade
Saem livres pela cidade
Sem o menor arrependimento!
O lugar de onde eu venho
Tem pessoas tão pequenas
Que valorizam o poder
A fama, a orgia
Para os momentos de diversão
Escolhem qualquer companhia
Mas se nasce uma criança
Fruto daqueles dias
Logo enxergam a genitora
Como prostituta, interesseira
Mulher vadia!
Se ela exige os direitos
Do filho que gerou
Acaba sendo torturada
Para não ofuscar o suposto brio
E no cárcere, sequestrada
Sequer pode escolher
Abrir mão da paternidade
Ou entregar aos cães
Seu corpo frio.