Canto da solidão

Canto da solidão

Vejo como são tristes essas paredes

Com cores de tons também tristes e frios

E mais assustador ainda o jeito que ela me encara

Friamente não fala nada, mudas e paradas

O barulhinho irritante da minha maquina de escrever

Até parece as mais belas canções, seguindo o mesmo ritmo

Acelerando e pausando os versos do canto da solidão

Diante desse silencio amedrontador

Como o canto da solidão

Que eu escrevo

Que eu declaro a todos os solitários

De melodia única

Apenas “só” sozinho para compartilhar

Diante de tantas belezas desse mundo

Um ser sofre, sofre por não ser amado o suficiente

Sofre por não saber amar corretamente

Sofre por facilitar que a tristeza domine

Sofre por escrever, por ser profeta

Como o canto da solidão

Que faço enquanto fumo mais um cigarro vagabundo

Acompanhado sempre com aquela velha vodka Russa

Que ganhei de presente nos meus 36 anos

Tantos versos que já declarei

E nunca funcionou

Tanto amor que já usei

E nunca se fez real enfim

Tantas verdades tentaram mentir

Diante de tantas mentiras tentei existir

E fiz esse canto da solidão

Que não rima

Que não é par é impar

Canto da solidão

Que nem ao menos se canta

Apenas se ler

Apenas se ver

No silêncio, no noturno

De mais uma noite sozinho

Diêgo Vinicius
Enviado por Diêgo Vinicius em 13/07/2010
Código do texto: T2374195
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