POR MEDO

Ouço o dobrar dos sinos,
Sinto que devo partir...
Como um cândido menino,
De sonhos cristalinos,
Sem hora, sem lugar,
Andar... apenas andar...
Brincar com o ego, sorrir,
Para o sol, o luar,
As cores da estrada,
Dar leveza ao sentido,
No amor, me perpetuar...
Mas, retraído,perdido,
Entre "o ser e o nada",
O meu olhar não se eleva,
A angústia me faz treva,
A porta está fechada,
E eu tenho medo de abrir.