Vontade de Gritar (05/06/2010)
Lembranças em meio a escuridão, as imagens se formam, mas eu não vejo nada.
Entre filmes, leituras e pensamentos absurdos, so olhos fechados buscam lágrimas que não vêem, talvez chorar desmistifica-se essa historia.
Me tiraram até o direito as minhas leituras de tragédias, me tiraram o direito a alienação em forma de cubo. Só tenho mesmo o direito de fantasiar, inventar meus próprios finais. NÃÃÃÃÃÃOOOOO!!!!!!! ISSO EU NÃO QUERO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Em meio as trevas, me vem uma luz, pequena demais para os meus desejos. Me resta aproveitar idéia do telefone/lanterna pra procurar consolo de onde me vem o desconsolo.
Entre cartas e cartões, encontrei desprezo em um "nós te amamos", escrito às pressas pra cobrir a falha no arquivo, mas também encontrei sinceridade e pureza em declaracões que hoje sei, são as mais doloridas que um homem pode encontrar, mediante palavras de amor.
Aproximo a face para encontrar afago no perfume, a verdade machuca, tem apenas cheiro de papel, que encontrou seu destino final em cima de um guarda-roupas. Triste final para tão terno presente, entregue fora de prazo.
A realidade me diz que é madrugada. Já cansado, afinal esses quinze minutos foram de absoluta fadiga, apelei pra quem a muito não dirigia a palavra. Chamei por socorro, consolo, razão, solução e até por intervenção no livre-arbítrio, quando percebi a loucura que pedia, cheguei ao limite, gritei pela morte. Mas como de costume fui ignorado, estou condenado a esperar pelo dia.
Descobri no meio da madrugada que insônia e solidão tem nome, e minha garganta pulsa por gritar, mas é madrugada e tenho que me conformar, na verdade insônia e solidão, pra mim, não tem nome é apenas insônia e solidão.