BURREU
A leitura me é fuga
Longe, longe vou absorto
Medo tenho, ele me julga
Me cerca, estou envolto
As páginas me são insuficientes
Ainda tenho 24 horas amanhã
Cobiço acasos diligentes
Morderei o veneno daquela maçã
Os dias passam em camera lenta
Os segundos me sufocam
O quarto ainda me agüenta
As lágrimas se chocam
Meu sangue circula vagaroso
Convalescendo lembrança
Perturbando o agravoso
N'um egoísmo de esperança
Aqui ficarei eu
Tentando não notar
O sentimento meu
Definhando a me matar.