Eu, poesia sem rimas
Noite fria, noite vazia de sonhos,
Noite sem você, sem minhas esperanças,
sonhos sem noite, sonhos sem esperanças,
esperanças sem noite.
Eu sozinha, buscando suas mãos, seu abraço.
Eu na sua sombra, mendigando um pouquinho de você,
Pedindo desculpas por ter sentido, por ter pensado...
Eu sem você, com você do meu lado.
Eu como uma poesia sem rimas, sem graça,
Eu sem mim, eu sem seus olhos,
Eu sem qualquer motivo, sem Neruda,
Sem primavera e sem que me olhes.
Eu, só uma sobra de mim, uma parte pequena de mim sem você,
Pedindo que por favor me olhe, me veja,
Pedindo que a noite acabe, pra que talvez eu desperte,
E minha poesia tenha cor.
E o dia chega, cinza...
E mesmo sem rimas, insisto em ser poesia.