Quem Sou Eu?

Sei que jamais serei poetisa

E não me importo com isso

O que escrevo é uma treliça

De uma cabeça sem juízo

Dizem que o mundo é pequeno

Mas dentro de mim existe um universo

Que às vezes é puro veneno

E em outras o mais terno dos versos

Tenho andado meio perdida

Entre os sonhos e realidade

Não tenho mais a alma destemida

Não vejo mais a claridade

Tudo parece envolto em sombras

Que o meu próprio olho cria

Não consigo sair dessa penumbra

Nem desse torpor que me vicia

Essa sou eu

Mulher independente

Mas tão carente

Mulher arrojada

Mas que se sente enjaulada

Mulher atrevida

E que está tão deprimida

Mulher que ama

Mas não consegue manter acesa a chama

Mulher que não foge da labuta

Mas que se amedronta diante da luta

Mulher que sonha

Sonhos como de outra qualquer

Mas que molha a fronha

Por não ter coragem de correr os riscos que o sonho requer...

Já não me reconheço

Diante do espelho

Aquela que sempre esperava por um começo

Hoje vive oprimida

Diante da vida

Vivo hoje só de esperança

Que com o passar do tempo

Aquela mulher quase criança

Renasça em mim com toda ousadia

Uma mulher que não temia

Viver...

Aprender...

Tentar...

Sonhar...

Louca por Poesia