Sinto-me sozinho…

Sozinho

A sofrer mil infernos

Nada me resta

Que qualquer outro caminho

A não ser abraçar a negritude

Cobrir-me nela

Dela e para ela

E descobrir nela

O que me falta

Uma espécie de virtude…

A olhar para um horizonte

Sem fé

Sem esperança

Onde não reconheço

O meu cantinho de felicidade

Não tendo vontade de sorrir

Retendo as lágrimas de um chorar

Só me sinto bem num cantinho sem luz

Que é onde agora me apetece estar

Sem tempo nem espaço

À espera que a tempestade passe

Bem no seu centro

A observar os meus sonhos

Lentamente a morrer

Sem força para novos sonhos erguer

E se os sonhos morrem

Morre uma parte de mim

Uma parte

Do meu imortal ser…

Sim, sinto-me imensamente sozinho…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 01/07/2010
Código do texto: T2351326
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