É acontece... fazer o quê?...
Numa madrugada ou numa bela manhã,
Acordamos diferentes... sem entender...
Como quem volta de longo e profundo sono
E somos outra pessoa... sem perceber...
É como começar do zero... do nada...
Enterrar tudo, que afinal também foi nada.
Os porões da alma... foram abertos...
A luz espantou medos e almas penadas.
E nua... sem máscaras... estou comigo...
Enfrentando minhas verdades como castigo,
As cortinas vão baixando lentamente...
Esta terminando a cena... é o epílogo...
No camarim... no enorme e fiel espelho...
Vou limpando a maquilagem brilhante...
As lágrimas... descendo pelo rosto...
Na platéia, ainda há aplausos esfuziantes.
Saio pela porta dos fundos... lentamente...
Não mais entrarei em cena, foi longo o ato,
Foi desgastante e cruel... o espetáculo...
Estou saindo... feche a porta do teatro!...
Mary Trujillo
21.08.2006
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