Tristonho
Da vida que tenho, resta-me a calma,
De ver toda falta, renascer no empenho.
Fazendo-me eximir pela mágoa
e toda angústia que hoje detenho.
Cortando minha pura e macia carne
Vivendo talvez, em tristeza profunda.
Enchendo meu peito, com o aperto sublime
Sedando, alegrias de outrora vime.
Paixões como antes, hoje não tenho.
Contidas no invólucro, de um lúgubre açoite.
Fechando meus olhos pras coisas mais belas
Detraindo os sentidos de outras singelas.
Rio de Janeiro, 30 de novembro de 2009.