A ESPERA
Indera cedo, bem cedo quando você ligou...
E bem cedinho desarrumei meus agravos
Vesti na esperança a roupa rota de linho
E tirei da adaga uma bela garrafa de vinho
Preparei as melhores músicas de amores
Calculei tudo, na cama, na mesa e banho
Ensaiei como louco o nosso tintin, sorrindo
E até uns beijos na mão degustei, sozinho
Não era muito cedo quando o sol ceifou-se
Mais gelo, duas taças e mais sete músicas
Mas, a campainha não tocou infindas vezes
Uma nuvem se deformou no céu da boca
Abri a rolha do vinho e do choro contido
Pensei em gritar seu nome, fazer alarde
E rolei bêbado no tapete, como contigo
A campainha tocou? Não sei... Já era tarde!
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