Consciência
Não adianta negar, mentir,
Fingir que foi sem querer.
Pois você preferiu sentir
Ao invés de pensar no que podia acontecer.
Não adianta se humilhar,
Pedir perdão; é tarde.
Deixe tudo pra amanhã, vai passar.
Mas arder - ah - como arde...
Não adianta se orgulhar,
Não vale a pena a arrogância.
Basta apenas aguardar
Que diminua essa distância.
Não adianta amputar a mão suja,
Arrancar os olhos agora, não.
A impureza tua carne sobrepuja,
Vai além do corpo, perfura o coração.
Não adianta se ocultar
Atrás de teus versos medianos.
Pois eles irão te expôr e te mostrar
E revelar teus desejos profanos.
Não tente não se arrepender;
Fará tudo piorar e só.
Talvez não seja tarde pra aprender
A solução pra desfazer esse nó.
Não queira teus próprios conselhos.
Você não os ouvirá; acredite.
Não se ponha tão já de joelhos;
Pondere, tenha medo, questione, hesite...
Não tente achar um grand finale,
Você está cego demais para isso.
Faça com que tua voz se cale
E reassuma, consigo mesmo, um compromisso.
William G. Sampaio [16/6/2010 +/- 1h20am]