No casulo***

Vontade de sumir

Ser soprada como pó

Escorrer nas pedras dentro das veias e lentamente me diluir

Como gelatina velha encher de mofo e ficar só

Maior do que posso suportar

Profunda e infinita

Poderia enlouquecer e me cortar

Mas depois de nada adiantaria e sentiria uma dor maldita

Vontade de ser uma semente e me enterrar

Navegar na tinta da terra e aos poucos descer sorrindo

Como lagarta no casulo ficar quieta e me sufocar

Pois quando finalmente em borboleta me fizesse, rasgaria meu corpo e minhas veias veria partindo