Sombras, de um vácuo.

Sentado no canto da cama,

Seguro em tuas mãos!

Neste negro canto do quarto,

Ouço o breve, de teu canto.

A me vir pela fresta da janela,

Num sussurrar do horizonte,

Que já espelha à tardinha,

Tão tua! Tão minha.

Assim podemos,

Assim devemos...

Olhar e pensar com a razão,

O breve e lindo dia, que nos foi bom!

E agora, jaz na imensidão.

E somente agora senhora.

Digo-vos, que suas mãos são as minhas.

Com os dedos cruzados, entrelaçados,

Empunhada uma a outra,

Seguro só! A admirar o infinito.

Sem o som de uma seresta

E o gorjeio do canarinho,

Mínguo, também sem tu!

Neste outro lado do mundo,

No ríspido, silencio do nosso ninho.

...........” Catarino Salvador “.

Catarino Salvador
Enviado por Catarino Salvador em 17/06/2010
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