NO SONHO PERDIDO

A noite surge mansa,
No seu mistério de ser,
Meu olhar tenso – vaga,
No sonho perdido,
Não sei o que fazer,
Da angústia que me traga,
Priva o âmago da esperança,
Deixa o ego estendido,
Na sei o que fazer,
Do poema que me rasga,
Exige a cor rude carmim,
Leva a razão à loucura,
Não sei o que fazer,
Da estranha figura,
De comportamento nobre,
Que me espreita sem censura,
Invade o meu recinto,
Dança, lança a voz, afaga,
Os meus sentidos,
(Não vejo, mas, pressinto),
Não sei o que fazer,
Para suportar a carga,
As horas tão avessas,
O medo que encobre,
A possibilidade do sim,
Põe a mão na minha cabeça,
Não sei o que fazer,
Do dia que vai nascer,
(talvez, nem amanheça),
...
Não sei o que fazer,
De mim