QUANDO METADE DE MIM MORREU
Quando metade de mim morreu,
a outra metade se fez mais forte
pois teria que carregar a vida-
uma vida impregnada de morte.
Morte de tantos sonhos,
de outras tantas alegrias;
morte de encanto imenso
que mesmo frágil, resistia.
Mas a parte que morreu
não morreu assim, de repente.
Foi morrendo lentamente,
afundando nas dores que sofreu.
Ela não quis ficar neste mundo,
presa em desgosto profundo,
e pouco a pouco, desapareceu.
Mas ela era mais doce,
mais compassiva acredito que fosse,
que a amarga parte que sobreviveu.
Ela era apaixonada.
Tinha amor onde há quase nada,
dentro desta que agora sou eu.