DESEJO MORTAL
“A sobriedade é hóspede temporária, já a loucura é habitante eterna.”
Quero a morte! Como a desejo...
Não falta-me ensejo, mas ousadia.
Olhar naquelas orbes negras, vazias,
Ver nelas minha verdadeira imagem.
Entregar-me convicta ao desconhecido,
Pôr termo a carne, a tudo o que é finito.
Já posso sentir a fragrância das flores,
O sal das lágrimas que as rega e colore,
O bulício que escreve minha biografia.
Quero a morte! Cobiço o meu fim,
Fim da célula, partícula que aprisiona
A menor porção de mim.
>>KCOS<<