Bati a porta
Jamais imaginei ser capaz de bater a porta na cara de alguém
Fosse ele branco ou negro, rico ou Zé Ninguém
E de repente a raiva bloqueia o raciocínio humano
Dando passagem para o impulso animal e tirano
Não quero justificar o injustificável
Grosseria é ato bruto e condenável
Algo não concebível para qualquer pessoa
Pois dói e com certeza magoa
Quero aliviar a consciência pesada
Por ter dado essa terrível mancada
Descarregando a raiva acumulada
Em quem não tinha culpa de nada
Eu que sempre me orgulhei da minha delicadeza
Tratando a todos igualmente com muita presteza
Respeitando do mais humilde ao doutor
Convicta da igualdade e do mesmo valor
Por causa de erros de colegas de trabalho
Por me desdobrar para consertar serviço falho
Não permiti que uma voz se manifestasse
E bati a porta antes mesmo que a voz se afastasse
Agora fico remoendo essa atitude intolerante
E sofro por ter sido tão ignorante
Uma ferida a mais para cicatrizar e ensinar
A raiva descontrolada faz a gente errar