ENIGMA
Guardo até aqui esse sigilo atordoador
E sinto um mal abrasador me corroendo a consciência
O que era válida experiência tornou-se a presença do terror
Consolidando o horror de uma culpa sem precedência!
O que eu guardo a sete chaves nem mesmo a mim posso contar
Para nem me arriscar a ser completamente assimilado
Tudo que deve ser condenado não é plausível inocentar
E o que a prudência ordena descartar não posso absorver de bom agrado!
Quando um segredo é explosivo, o seu lugar é na caverna
Onde ele hiberna resguardado por sete chaves de conveniência
Por isso oculto toda evidência, tornando a ânsia surda e cega
Temendo uma entrega que arrasaria a já fragilizada resistência!
É na falência dos valores que são minadas as sólidas estruturas
Convém honrar as formidáveis criaturas que até aqui detenho
Por isso me empenho para manter o claro às escuras
Eis o enigma de minhas amarguras – torrentes que contenho!
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