ENIGMA

Guardo até aqui esse sigilo atordoador

E sinto um mal abrasador me corroendo a consciência

O que era válida experiência tornou-se a presença do terror

Consolidando o horror de uma culpa sem precedência!

O que eu guardo a sete chaves nem mesmo a mim posso contar

Para nem me arriscar a ser completamente assimilado

Tudo que deve ser condenado não é plausível inocentar

E o que a prudência ordena descartar não posso absorver de bom agrado!

Quando um segredo é explosivo, o seu lugar é na caverna

Onde ele hiberna resguardado por sete chaves de conveniência

Por isso oculto toda evidência, tornando a ânsia surda e cega

Temendo uma entrega que arrasaria a já fragilizada resistência!

É na falência dos valores que são minadas as sólidas estruturas

Convém honrar as formidáveis criaturas que até aqui detenho

Por isso me empenho para manter o claro às escuras

Eis o enigma de minhas amarguras – torrentes que contenho!

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Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 07/06/2010
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