Setembro

Quando setembro adormecer,

Parar em sua época,

Mais uma conta os contos,

Na estória do meu tempo,

Terá rolado pelas encostas da vida,

Irremediavelmente irrecuperável...

E setembro foge lento,

Escapa sorrateiro sem sua voz,

Sem seus moldes, detalhes,

Cortes que cortam, rasgam,

Dobram minhas esquinas,

Sob seus espaços que não tenho.

E setembro relata,

Vem e meu peito dilata,

Explode ao mundo, delata

A insensatez de cultivar no agreste

A flor desconhecida,

Privada aos recantos angelicais.

Chove setembro, chove,

Enquanto queimam nos papéis,

Os invólucros que cobrem,

Segredam minhas ânsias,

Preciso vê-las livres,

Tentando chegar a você

Num último momento de vida.