Como Criança
O meu querido papel,
Papel em branco,
Registro agora nesses seus espaços,
E peço que aceites,
Os meus lamentos e lamúrias
De um ser que sofre por uma grande incompreensão,
Por uma sede tamanha,
Sem noção.
As pessoas não me ouvem,
Nem se que prestam atenção,
Não sabem que existo,
Que penso e que sinto,
Não sabem que sou humano,
E não como eles,
E que como humano necessito deles,
De atenção,
De carinho.
Não sabem que não suporto a solidão,
O desapego,
A escuridão.
Não sabem,
Que apesar de todo o tamanho,
Sou como uma criança mimada,
Com seus defeitos,
Com seus erros,
Com suas travessuras,
Mas que necessita de perdão,
De amor,
De qualidades humanas,
Que já tão extintas,
Tento trazer a tona,
Nesse mar de euforia,
De tempestade,
De deserto.
Rezo por uma chuva fecunda
No coração ressequido da humanidade,
Rezo por uma chuva de humildade
No peito de cada irmão,
Rezo por uma chuva de consciência,
Na mente de cada ser!
(23/08/07)