ALINHAVO
ALINHAVO
Joyce Sameitat
Finas linhas que meu ser alinhavam;
Em cores diversas que fluem de mim...
Querem costurar o que da vida retratam;
Ainda não sei dizer se é bom ou ruim...
Apenas o avesso eu consigo enxergar;
De algo que se parece com um bordado...
Noto pelo seus furos a luz se derramar;
Fazendo-me perceber o seu alinhavo...
Tem fios escuros de noites dolorosas;
Os bem claros de uma paz profunda...
Até meio tons nas cores das rosas;
Entre azuis que qual água me inunda...
Não sei se algum dia eu até poderei ver;
O lado de cima que os fios entrelaçam...
Vejo apenas que costuram todo meu ser;
Umedecendo-o com lágrimas que laçam
As minhas parcas opções para bem viver!
São Paulo 06 de Junho de 2010