Dualidade em meu corpo
Sinto em vida, sinto em cores,
Sinto em morte... E a morte é a vida após:
Repenso a vida, corto-me, sangro-me
Na inconstância de sentir tristeza...
Sou o fracasso da vida, sou o fracasso em meu talento,
Sou aquele que persiste ao vago nada;
E nestas palavras vejo o hiato artístico que me aflora...
Sou a luz de o sol á fenecer ao crepúsculo eterno
De meu intimo, sou a alegria que morre, a agonia
Que transborda em meu corpo chamando-se lágrima,
Sou a inspiração que não se encontra,
O verso que hoje não se cria, todos sempre
Sem métrica á escassa melodia, á blasfêmia!...
E eis reticências ao findar, para que o soneto morra!:
... ... ... ...
( -06-10)