CORAGEM OU COVARDIA

As facas que flertam com meus pulsos,

Admiram-se, só esperam um impulso,

Saciam-se com apenas dois talhos_

Primeiro sangro, depois eu caio.

Uma corda com laço no pescoço,

Amarrada num galho bem grosso.

Suspiro em cima de um banco_

Um chute no mesmo e o solavanco.

O último andar de um prédio alto,

A cabeça comandada pelo álcool,

Jogo-me sem fazer estardalhaço_

Meu corpo se espalha pelo asfalto.

Nas mãos uma potente arma de fogo,

Sua munição: ódio e desgosto,

Aponto na boca, cabeça ou no peito_

Nem sinto dor depois do feito.

Um coquetel de remédios “tarja preta”,

De um punhado grande fiz uma fileira,

Agora é só esperar o temido “crack” -

Depois da tontura, um ataque.

Ao por do sol caminho em direção ao mar,

Ignorando o fato de eu saber nadar,

Caminhando adentro o mar profundo,

Eu, com lágrimas nos olhos, intencionalmente, afundo.

05/07/06

Denis Almeida
Enviado por Denis Almeida em 31/08/2006
Reeditado em 20/05/2009
Código do texto: T229869
Copyright © 2006. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.