tristeza



Que indecência estar tão triste, tão triste!
Um salgado ar úmido também está triste.

A luminosidade do dia foge
E me falta oxigênio, não resiste;

No fundo dessa mágoa, não há nada.
Nada mais me faz rir; tudo é só chiste...

Lá, dentro d’alma algo está encerrado
Arrasta-se, cansado, quase desiste...

(A luta cansativa, redondíssima,
Sem jeito, permitiu que me traíste.

Por entre dentes meus resmungos duros
Soam longo, em confinamento , preexiste;

E a graça do rir claro foge rápido
difícil é,que outra vez, se conquiste;

Dança  dor, lágrima minha... calada!
Cai marcando essa ruga e não desiste:


Sei que queres fazer olhos sofrerem
Os olhos de quem pra quem tanto riste!...

No rosto há gora moldura envelhecida
De quem se alimenta pouco e subsiste

Ao terremoto desse tempo louco;
Não sobrou lume pra que a dor despiste;

Só uma trilha sem viço surge a frente;
Cada folha no chão, és tu! Caíste!...

Será que se dá assim adeus à vida,
Sem alegria e nada que se aviste?

Onde um céu azul, onde uma estrela
Na imensidão serena que tudo desiste?

Quero um grande esquecimento de mim!
Está bem,tristeza, sempre de mim, riste.









MVA
Enviado por MVA em 03/06/2010
Código do texto: T2296540
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