NOITE
“Só Deus sabe quantas vezes mergulho no sono com a esperança de nunca mais despertar; e, pela manhã, quando arregalo os olhos e torno a ver o sol, sinto-me profundamente infeliz.”
- Os Sofrimentos do Jovem Werther –
- Goethe -
No fim do crepúsculo não mais me seguem
as sombras que atormentam-me a alma.
Embriago-me de trevas e repouso na relva,
no tronco das tílias européias, no amplexo
de um aroma apícola, num ápice surrealista.
Na esfíngica escuridão total me perseguem
as sinestesias da vida, que em sinergismo
se encaixa a porção de meus outros sentidos
e imprime certo significado à insígnia
de um poetisa deveras romanesca.
Na dualidade do negro reinam cachos
dourados de sonhos, devaneios, fantasias
fermentadas por enigmas, desígnios
fantásticos que navegam no mar da ventura
e soçobram aos primeiros raios de sol.
>>KCOS<<