Sozinha
Um pranto avassalador me toma,
capaz de ser ouvido a quilômetros daqui mas nunca aos seus ouvidos.
Um desgosto desolador me invade por eu estar só hoje.
Eu choro copiosamente e de nada adiantará o meu pranto,
pois as lágrimas que choro vem das que fiz alguém chorar.
Aceito meu castigo aqui calada como se fechada em uma caixa.
O mundo inteiro não cabe a minha tristeza e nenhuma estrela será capaz de me iludir hoje, pois eu sou só dor e desgosto, pranto e solidão.
Eu queria cansar de chorar,
matar essa dor,
contar outra história,
queria que alguém me abraçasse e me levasse daqui desse mausoléu
que é o meu quarto.
Eu queria o colo da minha mãe, queria que ela afagasse os meus cabelos e dissesse: vai ficar tudo bem, tudo vai ser como era antes.
Mas que isso, eu queria que você me dissesse isso.