Tempos idos.
Ignoto eu aqui dessemelhante,
Fastio desprazer em lamúria tênue
Tomando conta desse semblante.
Algoz dos sonhos e de minha mente.
Pueril andar de carne casta,
Ignoto eu, aqui deprimo!
Febril horror que esfola e mata.
D’antes aquela pele de menino.
Exímio lajeio, por onde piso
Veredas que singro de dissabor,
Doutro tempo que fora ido,
Em minha boca agrura o sabor!
Vem-me em facas o pensar, agora
Em minha frente tal negrume
De flores secas coloridas outrora!
Resta-me preservar bons costumes
Sigilosamente guardo o sentir,
Em cripta voraz de meu canto
A dor desse dia vem destruir,
Fazendo abrolhar todo o pranto.
Rio de janeiro, 15 de janeiro de 2010.