Arquiteto de ruínas.

Arquiteto de ruínas sou,

Tão avesso as construções

Amargando ao coração

Que por abrigo me tomou.

Atendo-me a pobreza

De minha parca mente

Ao olhar que vem dolente,

Donde só resta a aspereza.

Contento, sinto ao ver o marrom,

De folhas a se lançarem de árvores

Caindo solenes e breves,

Por ter do verde perdido o tom.

Sublimo o céu que cinza

Reflete o que trago dentro,

O sentir de leve afila,

Não desfruto de proventos.

Portanto andando vou,

Tão avesso à emoções

Decrépita construção

Arquiteto de ruínas, sou!

Rio de Janeiro, 22 de fevereiro de 2010.

Well Calcagno
Enviado por Well Calcagno em 02/06/2010
Código do texto: T2295136
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