A QUEDA
Expresso-me por modos óbvios e conflitantes
Traçando trilhas errantes até chegar n’algum lugar
Por não saber me acovardar ao me aproximar dos horizontes
Que mesmo estando tão distantes, conseguem me abraçar!
Digo exatamente o que não falo e isso é proposital
Mediante o indício frontal dos claros superficialismos
Flertando com meus antagonismos, julgando o mérito teatral
Que finda sem final, que é letal aos próprios sacrifícios!
Porque eu mesmo sou capaz de me julgar sem piedade
Com a imparcialidade típica dos gladiadores
Que enfrentam suas próprias dores, que afrontam feras de verdade
As quais dilaceram com atrocidade os seus mais íntimos horrores!
A corda no pescoço dessa crise não tem mais preço
E eu acho que mereço toda essa dívida que nem fiz
Eu só queria ser feliz a cada vôo que se tornou tropeço
Porém em vez de um recomeço, a vida só me empurra para o triz!
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