Confesso que sou quase eu.
O destino soltou as rédeas
para me jogar na cara este quase eu:
quase amante
de um quase amado:
quase mãe de meus quase três filhos...
Pânico que escapa da minha ternura íntima.
Não ouso desafiar a solidão,
mas tenho quase coragem.
A expectativa da sensação de maravilha já está enterrada.
É... Pobre quase família!
A vida foi tirando um naco de felicidade aqui,
outro de alegria ali,
até transformar meu destino em ladrão de ideais.
Foi assim
e agora que o tempo passou já não há mais nada a fazer,
a não ser deglutir, todas as manhãs,
o fel do dia que passará
pelo quase poeta e gargalhar bem alto:
eis sua Q U A S E    M E L A N C O L I A !



Flávia Melo
Enviado por Flávia Melo em 30/05/2010
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