Irmanados

Lentamente as portas são fechadas,

Os murmúrios circundam,

Rodeiam a sombra disposta,

Estendida na calçada.

Fica no ar o último clarim,

Restando ecos, ruídos, despedidas,

Adeus de nada para o vazio

Tudo que fica há de ficar,

São coisas banais.

Mas, o que segue metade do sonho,

Parte de ilusão, único e inteiro amor,

Jamais, nunca comparado,

Este este foi legado ao último encontro,

No ponto das encruzilhadas,

No desfecho onde as razões gritam,

Falam mais fortes.

Siga amor que trago no seio,

Faça ponto no requintado,

Talvez, puro e solitário,

Mas, meu, unicamente meu,

Resguardado da inveja, do poder,

Do firme propósito na matéria.

Fique sempre ao meu lado,

Contendo o orgulho de saber,

Que somos únicos, perfeitos,

Imperfeitos, não importa

Um dia o mundo há de nos querer,

Hora tardia para chamamento,

O tempo esguio esvaiu-se,

Fomos nele, embarcando solidões,

Mas, purificando o ato de amar,

Livres, fiéis, eternamente um só,

Para tantos, tantos encontros.