Sinto o vento da mudança em meu rosto,
uma troca de pele fora de tempo,
sendo o vento a trazer o perfume desconhecido,
tornando as águas dentro de mim em lamento.
Como se eu pudesse controlar as estações,
misturo lugar e tempo, algo que não entendo...
acima do alcance da minha mente, da minha visão
mas que faz pulsar vorazmente meu coração.
Inquietude vã, pois o vento sopra onde quer,
e eu só diminuo a força do lume,
(querendo na verdade extingui-lo), move o meu
ser em discórdia com tempo, não remo contra a maré.
Aceito de bom grado a solidão... Novamente (!)
companheira e amiga da minha fé
dou a carta de alforria ao amor, porém, tristemente.
Peço que vá, é livre! leve seu amor e não lamente,
vives-te em mim o tempo necessário,
para não ser esquecido, infelizmente.
Deixe o frescor deste vento que me muda,
amadurecer dentro de mim a sua ausência,
sem lágrimas nem retorno... E sem clemência.