O fim que há em mim
Surge a insuportável dor
Que tonteia a cabeça
E faz girar os olhares
Ao lançar-se nos ares
E aquele fato consumado
Que ficou calado
Transparente e deprimente
Conseguiu dominar a mente
Os minutos são eternos
E não há como voltar atrás
Em busca de outra chance
Perdeu-se por não ser capaz
A falha amarga e conflitante
Não devolve o sossego
E pertuba a todo instante
Com um gemido exagerado
O remédio para a dor
Não há, acabou
O aconchego faltou
E o quarto está frio
Ouve-se vozes que vem
Mas não do além
Vem do próprio fim
Que está dentro de mim.