O ÚLTIMO GRÃO
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Brisa transformou-se em vento
Vento em forte tempestade
Trovoadas anunciavam o fim
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Meu peito - cristal delicado -
Estilhaçou-se em mil pedaços
Meus dedos sangraram
Na vã tentativa de juntar os cacos
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Minha alma choveu forte...
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Os elos que, antes, nos uniam
Hoje, enferrujados, nos corrói
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Vejo, entristecida, o útimo grão
De areia a escorrer pela ampulheta
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O nosso tempo acabou...
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(Lena Ferreira)