Súplica

Noites, apenas noites,

Nas mãos desenlaçadas,

Na chuva fria sobre as calçadas.

Noites, foram noites,

Onde os sonhos deixavam ressaibos,

Mágoas na boca seca

Sem odor nos lábios,

No entrecorte do beijo,

O gosto do batom.

Noites, quantas noites,

Perambulei no espaço deteriorado,

Querendo algo que fosse singelo,

Que soprasse como sussurro,

Acatando cada verso,

Repetindo poema por poema,

Nas sombras dos portais,

Varandas lisonjeadas pelo amor,

Aconchegando o que antes fora...

Meu palco de delícias.

Noites, quero noites,

Luares que encantam

Enquanto rolo meu rosto,

Meu beijo em seu escrito,

Para desdenhar o momento

Colorindo a vida

Que não se esqueceu de reprisar,

Desdobrar mais uma estória de amor.