TRAUMAS
Nebulosas marcas de um destino insólito
laço cruel que acorrenta a alma
ensombrecendo caminhos
em fatais desatinos.
Clamor profundo não encontra eco
se perde em profundezas vís
ferindo sentimentos
em malogradas esperas.
Cantiga mórbida de um sonho perdido
espetáculo ridículo do viver
ensandecendo a mente
em desafinados acordes.
Lágrimas quentes a cair sem rumo
no piso frio das ilusões desfeitas
transformando o coração
em traumático deserto.
*****************
LÁZARO ALVES
Minha cara, Giustina! Aqui está um presente pra comemorar sua poesia. Afinal, nosso Rei é o Rei, não é mesmo? Grande abraço!
Meu pai um dia me falou
Pra que eu nunca mentisse
Mas ele também se esqueceu
De me dizer a verdade
Da realidade do mundo
Que eu ia saber
Dos traumas que a gente só sente
Depois de crescer
Falou dos anjos que eu conheci
No delírio da febre que ardia
Do meu pequeno corpo que sofria
Sem nada entender
Minha mulher em certa noite
Ao ver meu sono estremecido
Falou que os pesadelos são
Algum problema adormecido
Durante o dia a gente tenta
Com sorrisos disfarçar
Alguma coisa que na alma
Conseguimos sufocar
Meu pai tentou encher de fantasia
E enfeitar as coisas que eu via
Mas aqueles anjos agora já se foram
Depois que eu cresci
Da minha infância agora tão distante
Aqueles anjos no tempo eu perdi
Meu pai sentia o que eu sinto agora
Depois que cresci
Agora eu sei o que meu pai
Queria me esconde
rÀs vezes as mentiras
Também ajudam a viver
Talvez um dia pro meu filho
Eu também tenha que mentir
Pra enfeitar os caminhos
Que ele um dia vai seguir
Meu pai tentou encher de fantasia
E enfeitar as coisas que eu via
Mas aqueles anjos agora já se foram
Depois que eu cresci
A minha infância agora tão distante
Aqueles anjos no tempo eu perdi
Meu pai sentia,
Sentia o que eu sinto agora
Depois que cresci
Meu pai tentou
Tentou encher de fantasia...
*Não resisti... Obrigado Lázaro!