ANGÚSTIA
ANGÚSTIA
Joyce Sameitat
De onde me vem esta tristeza tão grande;
Que me pega com fitas de melancolia...
Tento desatá-las mas me sinto exangue;
Já vem ter comigo logo ao romper do dia...
Tento por força me levantar deste estado;
Para o qual não encontro sequer explicação...
Só sei que o coração está bem devastado;
Em pleno céu azul dum dia lindo de verão...
É como ter uma faca transpassando;
Meu peito que se debate com ardor...
Enquanto isso vai a vida caminhando;
Recheada desta tão inquietante dor...
Que sensação é esta que me acomete;
Da qual tenho noção sem poder explicar...
Como se caminhasse em mata agreste;
Com medo do que a frente irei encontrar...
É algo tão sem sentido que até insisto;
Em achar o que me causa tal aflição...
Pois dentro de mim vou despedindo;
O que até poderia ser arte da solidão...
Mas não é ela que está me cutucando;
Porquê se eu quiser amores até tenho...
A face quente vem a brisa refrescando;
Tentando me ajudar com muito empenho...
Algo que nem sei se é sério me consome;
Conscientemente tento dela até me livrar...
Porém esta coisa esquisita não some;
Fazendo lágrimas em minha face rolar...
São Paulo, 14 de Maio de 2010