AMOR À TERRA
Antes fartura:
Boas colheitas,
Barriga cheia,
Água jorrando,
Quartos repletos;
O jeito é estocar
No alpendre ou
Em outro lugar.
Hoje há sequidão...
Fome na terra,
Fome nos rios,
Fome nas matas,
Fome nas nuvens.
Fome não falta.
Se o céu não chora,
Eu verto lágrimas.
Não posso vender minhas terras!
Elas são parte de mim!
Quando não mais houver água,
E o fruto não puder vingar...
Comerei cada torrão,
Então, morrerei feliz,
Nas terras que me deu pão
E me serviu de berço!
Obs. Esse poema nasceu depois da releitura do livro: A Boa Terra de Perl S. Buck.