O MESMO FILME... DE AMOR.
O poeta não acreditou
O filme não poderia ser repetido
Que na magia fascinante dos sonhos
A história seria diferente, não haveria perdedor!
Mas o imaginário não calcula e sim alucina
E o epílogo, outra vez, nada teve de encantador,
Ao acender das luzes no fim da apresentação
O não considerado na real foi o que restou,
Um leve aceno, nem mesmo o beijo planejado,
E ao sentir-se rejeitado o personagem chorou.
Ele não era o palhaço nem tinha o riso farto,
O filme era feliz, uma bela história de amor,
Mas em seu desenrolar a farsa preponderou
E o artista despreparado, jovem ainda,
Das armadilhas fatais não escapou.
Se dando conta do grande fracasso
À amada, desesperado implorou,
Recebeu por resposta a indiferença
Como um punhal que em seu peito cravou.
Um murmúrio, não podia ter acontecido,
Mas o contexto se transformou
E no inesperado do que foi vivido
Seu pobre coração não suportou.
No sussurrar de palavras sem nexo
A agonia, possessiva lhe dominou
Na lembrança de seu carinho
Que inutilmente ele desperdiçou
E o sonho que foi por ele acalentado
Em cinzas do passado se transformou.
Na primeira fila, ainda sentado,
Fixa um ponto indefinido,
Acabrunhado lamenta o que findou,
Foi protagonista de fantasias
Mas para a vida não retornou.
Sem aceitar as perdidas ilusões,
Um soluço angustiante
Ao céu se elevou.
*
- Silencia o poeta,
Mas que ele morria
Ninguém acreditou!...
- Nem mesmo você -