O MESMO FILME... DE AMOR.

O poeta não acreditou

O filme não poderia ser repetido

Que na magia fascinante dos sonhos

A história seria diferente, não haveria perdedor!

Mas o imaginário não calcula e sim alucina

E o epílogo, outra vez, nada teve de encantador,

Ao acender das luzes no fim da apresentação

O não considerado na real foi o que restou,

Um leve aceno, nem mesmo o beijo planejado,

E ao sentir-se rejeitado o personagem chorou.

Ele não era o palhaço nem tinha o riso farto,

O filme era feliz, uma bela história de amor,

Mas em seu desenrolar a farsa preponderou

E o artista despreparado, jovem ainda,

Das armadilhas fatais não escapou.

Se dando conta do grande fracasso

À amada, desesperado implorou,

Recebeu por resposta a indiferença

Como um punhal que em seu peito cravou.

Um murmúrio, não podia ter acontecido,

Mas o contexto se transformou

E no inesperado do que foi vivido

Seu pobre coração não suportou.

No sussurrar de palavras sem nexo

A agonia, possessiva lhe dominou

Na lembrança de seu carinho

Que inutilmente ele desperdiçou

E o sonho que foi por ele acalentado

Em cinzas do passado se transformou.

Na primeira fila, ainda sentado,

Fixa um ponto indefinido,

Acabrunhado lamenta o que findou,

Foi protagonista de fantasias

Mas para a vida não retornou.

Sem aceitar as perdidas ilusões,

Um soluço angustiante

Ao céu se elevou.

*

- Silencia o poeta,

Mas que ele morria

Ninguém acreditou!...

- Nem mesmo você -

Elio Moreira
Enviado por Elio Moreira em 12/05/2010
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