" Meu gosto... O outro lado da vida"
Hoje ela sorri me aguarda,
Ficamos os dois ladeando a vida,
Mesmo sem querer, seguimos.
São passos, embora lentos, caminhamos.
Ela lúgubre, veste negro,
Mistura-se na noite,
Festeja a chegada dos que vão,
Mas, anseia, espera por mim,
Seu dileto.
Eu, nem sei por que faço a espera,
As luzes anunciam a partida,
Estou de sinal verde,
Verde daquele olhar macio,
Que serenou em meu peito.
Verde da campina que recebeu meu sono,
Minha pausa para sonhar.
Estou largando a bagagem,
As malas vazias sob protesto,
Pela falta do legado deixado,
Pela voz clamando, gritando pai!
Estou afeito ao confronto,
Olhos firmes no horizonte escuro,
No abstrato tempo do desvio.
Estou, e como estou pronto,
Com a palavra solta na boca,
E o silêncio dentro da alma,
Silêncio levado, que brinca, machuca,
Faz com que eu sorria,
Sorria ao menos pela última vez,
Desenhando na boca o encontro,
Com a última alegria,
Mesmo que... Extremamente falsa.