OUTONAL

OUTONAL

Joyce Sameitat

Hoje minha mente está vagando;

Por lugares que não sei descrever...

Só sinto que ela segue tropeçando;

Em tudo o que eu não posso ver...

Mas continua a esmo andando!

Impressões estranhas me acometem;

Mescladas com sentimentos opostos...

Escuridão e clarões se sucedem;

Com um gosto do qual eu não gosto...

E com todo o meu ser mexem!

Parece que estou comigo lutando;

Sem chegar a qualquer acordo...

Vai assim meu coração penando;

Enquanto meus sonhos eu sorvo...

Para não irem de mim debandando!

Me chacoalho toda internamente;

Tentando descobrir o sentimento...

Que me agita assim fria e ardente;

Sem me apresentar um documento...

Já chegou com ares irreverentes!

Procuro mas não me acho aqui;

Nem acolá ou em qualquer lugar...

A vida ultimamente não me sorri;

Talvez ela esteja a me contestar...

Ou ao contrário... Algo lhe fiz?

Devolva-me tudo o que me tirou;

Sem ao menos antes me avisar...

Tudo que meu ser ama ou amou;

Para mim tem que um dia retornar...

Pois que minha vida não acabou!

Talvez eu esteja no meu outono;

O inverno ainda terei de enfrentar...

Sinto-me qual pedaços de sono;

Que teima em somente acordar;

E repouso no meu próprio ombro!

Para em sonhos eu não entrar.

Vôo qual uma folha amarelada;

Que o vento está agora a soprar...

Me assisto numa arquibancada;

Desfazendo-me em neblina ao ar!

São Paulo, 07 de Maio de 2010

Joyce Sameitat
Enviado por Joyce Sameitat em 07/05/2010
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