DOENTE NA ENFERMARIA
Naquele quarto sentia-se insegura,
Diante de si mesma curvava-se,
Sem ter como fugir dos seus próprios medos,
Incertezas que pairavam sobre a sua mente,
A respeito da sua própria cura.
Nos corredores se passavam todas as conversas,
Atentos estavam teus ouvidos ao que se passava,
Mas perdia-se nos próprios pensamentos,
A conversa lá fora já não alcançava.
Anjos de branco andavam de um lado a outro,
Sentia-se como se eles pudessem captar seus pensamentos,
Julgava no íntimo que tinham percepção aguçada,
Por mais que não queria o seu olhar se entregava.
Eram olhos pálidos e distantes,
Revelavam falta de vida,
Apresentava cianose de extremidades,
Indicação de que oxigênio precisava.
Estendendia o braço sinalizando ajuda,
A voz já não podia sair,
Anjos de branco estavam atentos,
Já esperavam aquela vida partir.
Tentava balbuciar algumas palavras,
Já não era possível mais entender,
Um anjo de branco lhe segurava às mãos,
Acompanhava em silêncio aquela vida se despedir.