POR QUE A DOR EXISTE

Todo som do seu grito ecoa,
No tempo perdido na nevoa,
Seus olhos tecem uma lágrima cansada,
Sente-se abraçada,
Por uma gigantesca solidão,
Retalha o ego – comprime,
Nenhum poema redime,
A sua condição,
Tudo é dor – soante fado,
Coração obscurecido,
Sobrepeso no fardo.

(Deus! Onde está o sentido)?

Olhos agora, focados no vazio,
Existente entre a ponte e o rio,
Que corre lento – macio,
Ah! Essa ponte, esse rio, essa altura,
Esse ser aferido pela loucura,
Essa vontade de ir embora,
Fugir da dor tão senhora,
Ir ao encontro do mar,
E navegar... navegar...
N a v e g a r. . .