É BRANCO...

"Vejam como se sente quem vive ao lado de quem não ama"

...

Completamente exposto,

Secura, sede, superfície rugosa,

Chão gelado, dormência da alma.

Calma, silêncio, a falta da vida, eu morri...

Tudo simplesmente passa, vultos, sombras.

Nada se define, nada cria forma, eu não sei...

Olhar sem rumo, falta de norte, ausência, sem prumo.

Droga que extasia, fim de fantasia, apatia.

Vazio, buraco, de fato, meu rio, corre sozinho.

Tristeza sem curso, sem direção, sem emoção...

Dor? Não sei, talvez, solidão, presença nenhuma, anestesia.

É coma, é frigidez, é estática. É drama, é insensatez, é falácia.

O que houve? Nada, houve que nada acontece, nada se ouve.

É silêncio mesmo, é ausência, é fraqueza é incerteza.

É inconsistente, é sem substância, é sem peso, é oco.

É displicente, é inconstância, é preso, é pouco.

Incapaz, sem jeito, impotente, ineficaz.

É surdo e mudo. Respira? Respira... Só! Respira. Só respira...

Sou eu? Sim, não tenho, não aconteço, não movimento, não sinto.

É desencanto, é desamor, é dor, é branco...

Jorge Luiz Alencar
Enviado por Jorge Luiz Alencar em 29/04/2010
Código do texto: T2227049
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