Noite na emergência
Noite na emergência
Escutava o grito - choro de uma criança que agonizava cura
O choro do fim da vida! E logo ali o começo de outra
Passos rápidos das mulheres de branco
Traziam liquido mágico
Alivio nas pontas super doloridas das agulhas
E depois silêncio, silêncio não tão silêncioso
Triste e acompanhados por zumbidos impacientes
Vindo dos aparelhos que tirava da morte a vida
Sentia aquele cheiro enjoado de doença no ar
Misturando com repúdio daqueles lençóis brancos
O medo presente sempre em cada expressão preocupada
Dos homens de mascaras e de voz sempre serena e séria
E carregados com seus exames e relatórios tensos
Noite desagradável onde o tempo não passava
No gotejar de uma solução água e sal
Lento e preciso
Noite na emergência
Nem a enfermeira de peitos grandes me fazia querer ficar lá
A comida com gosto de remédio que dava vontade de vomitar
A lua que brilhava sem a importância presença dos meus olhos
E quando o sol veio me visitar minhas feridas já tinham se recuperadas
Com a benção da manha o médico falou: Pode ir você está de alta!