Eventualidades
Sinto-me adoecida
Como há muito não me sentia
Perdida na melancolia
No choro engasgado
No olhar mascarado
No sorriso gelado
Da existência vazia
Na longa nostalgia
Na tão perdida alegria
Na indócil vida sem valia
Desse pesar que me contagia
Sofro sem saber
Para onde,
O que fazer?
Interrogações sem reflexo
Reflexões sem nexo
Num complexo
Sem eco do meu viver
É uma dor doída de morrer
Se ao menos eu soubesse o que fazer
Certamente eu faria...
Ou então conservaria
Minha ingênua calmaria
Para não desaparecer
Nesse infinito sem fim
No começo que não tem acerto
Somente me ocuparia
No meu simples condoer:
Para ser...
Morrer...
Viver...
Sem você.